“Mesmo que o número de prefeitas eleitas em Mato Grosso em 2020 não tenha diminuído, também não cresceu e isso demonstra de certa forma uma estagnação da participação da mulher na política e na disputa eleitoral para cargos majoritários. Atualmente temos 15 prefeitas exercendo o cargo, foram eleitas 15 para os próximos 4 anos. Esse cenário, ladeado ao das 18 cidades não elegeram nenhuma mulher para fazer parte dos seus parlamentos, traz à tona aquilo que venho tratando com preocupação há anos, que é a necessidade das mulheres ocuparem mais espaço de poder em condições igualitárias de disputa e da necessidade que legislação que tramita no Congresso Nacional sobre a reserva de vagas nos parlamentos para mulheres, seja aprovada”, defende a deputada estadual Janaina Riva (MDB), vice-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e a única mulher no parlamento há duas legislaturas.
Segundo a parlamentar, mais mulheres na política é uma questão de igualdade, e a igualdade pressupõe pluralidade. Para ela, a legislação que obriga a cota partidária de mínimo de 30% é fictícia e ineficiente, uma vez que dificilmente as mulheres concorrem em pé de igualdade com os homens por uma série de fatores que vão desde dificuldade financeiras, até pela questão estrutural familiar e a maternidade, este último fator pesa muito, segunda a parlamentar.
“Dificilmente uma mulher vai deixar filhos em casa para encarar uma campanha e não é por que elas não querem isso, mas muitas vezes por não ter o apoio familiar ou mesmo uma estrutura segura para fazer sua campanha com tranquilidade, a maternidade pesa muito e eu posso falar com propriedade. Isso já nos coloca em desvantagem. Fora isso, muitas ainda enfrentam machismo, preconceito, descrédito e até dificuldade financeira, por isso sou a favor não de obrigá-las a se candidatar, mas garantir para elas um percentual mínimo de vagas nos parlamentos, acho que isso sim seria eficiente”, explica.
Janaina, que nas últimas eleições foi a deputada mais votada de Mato Grosso, comemorou o fato da Câmara de Cuiabá voltar a ter representantes femininas na próxima legislatura e diz que o município de Dom Aquino surpreendeu ao eleger 70% do parlamento mulheres (seis de um total de 9 vereadores), porém, lembra que em cidades polo como Barra do Garças, por exemplo, nenhuma mulher irá compor a próxima legislatura.
“Se por um lado Dom Aquino superou expectativas ao eleger seis mulheres para próxima legislatura, Barra do Garças, que é um município polo, não elegeu nenhuma e assim como Barra, mais 17 cidades também não. Juara, que é a minha cidade, elegeu 3 vereadoras e isso me deixou feliz. Mas sigo na missão de incentivar mais mulheres na política. O meu partido, o MDB tem um trabalho muito forte sobre a inserção de mulheres na política. Quem sabe em 2022 tenhamos mais deputadas no parlamento? Vamos trabalhar por isso”, finalizou.
Fonte: Laura Petraglia/Assessoria de Comunicação