O que seria das histórias sem os vilões e da dialética sem a antítese? Haveria o conceito de dia se não houvesse o seu oposto, o de noite? Sabemos que não, mas é comum que nos esqueçamos, no dia a dia, dessas verdades triviais.
E assim como a existência de vilões possibilita a das histórias, que nos educam pelas suas mensagens morais, a da oposição, numa Casa Legislativa, também a viabiliza e tem uma função primordial. Tire-a dali e sobrará pouco mais que uma repartição ratificadora ou um 'puxadinho' do Poder Executivo.
Não apenas o marasmo, que afastaria definitivamente o interesse das pessoas, mas a própria falta de sentido em haver um recinto parlamentar onde só acontecessem monólogos, ao invés de diálogos, seria a causa da morte da instituição.
Portanto, a atitude tomada pelo Presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, ao compreender e reconhecer a decisão que acolheu o importante pleito da oposição, de se fixar um prazo razoável e proporcional para a vista da PEC do Teto e, consequentemente, possibilitar a participação popular neste momento da deliberação, demonstra que, além do seu papel de autoridade dirigente dos trabalhos legislativos, ele assumiu o de um verdadeiro e digno líder.
Por isso, gostaria de parabenizá-lo por ter adotado uma postura além de partidarismos ou de sua própria convicção política e em prol dos cidadãos em primeiro lugar, dando sentido e legitimidade à parte que nos cabe, como meros representantes desse povo, na condução do nosso destino comum enquanto Estado.
*Janaina Riva é bacharel em Direito e deputada estadual de primeiro mandato em Mato Grosso, eleita com 48.171 votos.