Hoje comemoramos o Dia Internacional da Igualdade Feminina, mas, o dia 26 de agosto é uma data que reforça a necessidade de debate e de ações efetivas para o alcance da equidade nas mais diferentes esferas da sociedade. Como única mulher há duas legislaturas no parlamento estadual mato-grossense, eu te digo: a busca por igualdade é uma luta diária.
O direito das mulheres é algo relativamente novo no Brasil e no mundo. Na época do Brasil Colônia entre os anos 1500 e 1822, pouco foi conquistado e as mulheres eram propriedade de seus pais, maridos, irmãos ou quaisquer que fossem os chefes da família. Nesse período, a luta das mulheres era focada em algumas carências extremamente significativas à época: direito à vida política, educação, direito ao divórcio e livre acesso ao mercado de trabalho.
No Brasil, apenas há 58 anos as mulheres conquistaram o pleno direito, perante as leis brasileiras, de exercer uma profissão. A vitória, em 1962, ocorreu com a revogação do inciso VII do Artigo 242 do Código Civil brasileiro de 1916, em que o trabalho feminino estava sujeito à autorização do marido. Somente em 1932 passamos a poder votar e sermos votadas.
Aproveito esse artigo para relembrar algumas mulheres à frente do seu tempo, que contribuíram para história de Mato Grosso e ocuparam espaços na arte, na política, no esporte e na comunicação, comprovando que lugar de mulher é onde ela quiser.
Começo relembrando Zulmira Canavarros que, juntamente com Dunga Rodrigues, começou a desenvolver o Rasqueado no piano solo. Zulmira ainda foi a fundadora do primeiro clube feminino (1928), depois o Mixto Esporte Clube e a rádio A Voz do Oeste.
Além destas duas mulheres temos ainda Lígia Borges Muller Figueiredo, primeira prefeita eleita no Brasil em 1946, no município de Rosário Oeste e Ana Maria do Couto May, primeira presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, no ano de 1965.
Depois delas, muitas mato-grossenses vêm galgando espaços antes predominantemente masculinos. À todas essas desbravadoras dos dias atuais eu só desejo que não desistam. Ser mulher e lutar por igualdade nos espaços de poder é um ato de resistência. Simone de Beauvoir já afirmava, no século XX, que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. A vigilância deve ser constante.
*Janaina Riva é bacharel em direito e deputada estadual por Mato Grosso no seu segundo mandato