Em Barra do Garças na manhã desta sexta-feira (24.06), durante o VIII Encontro da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica do Centro Oeste, a deputada falou sobre a importância de mais mulheres participarem do processo político e ingressarem na vida pública para diminuição da desigualdade social e pela defesa de mais políticas que contemplem as necessidades reais de todos.
“Por quê, 90 anos depois de conquistarmos o direito de votar, ainda somos a minoria nos parlamentos e à frente dos Poderes Executivos municipais, estaduais e federais? Essa é a maior reflexão que quero provocar em vocês hoje. Na minha visão, é necessária a participação das mulheres nos mais diversos segmentos e esferas de Poder, para que elas contribuam para o enfrentamento de todas as formas de violência, para a promoção da igualdade salarial entre homens e mulheres, para a garantia dos direitos sexuais e direitos reprodutivos, para o combate a todas as formas de racismo, homofobia e intolerância religiosa. Sem falar, claro da prevenção, denúncia e punição de crimes de tráfico de mulheres e escravidão sexual e para a promoção da imagem da mulher real pelos mais diferentes meios”, disse Janaina.
O evento teve como tema: “Lutas e reivindicações – O protagonismo das mulheres” e a deputada Janaina compôs o painel – 90 Anos do Voto Feminino no Brasil. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no Brasil, há quase 78 milhões de eleitoras, que representam 52,87% das pessoas aptas a votar. Em Mato Grosso, pouco mais de 1,1 milhão de mulheres representam 51,23% do eleitorado do estado.
“Mas isso tudo só muda por aqui se nos apoderamos de vez do nosso direito de escolha e nos conscientizarmos da importância de usá-lo para eleger mais mulheres e, ao menos, equilibrar a balança de Gênero na política. Ao longo dos anos foram instituídas medidas com o objetivo de mudar esse cenário, como a obrigatoriedade prevista na legislação eleitoral de preenchimento obrigatório mínimo de 30% e máximo de 70% de candidatos de cada sexo nas eleições proporcionais (Lei nº 9.504/1997). Mas será que a medida é mesmo eficaz, ou incentiva as candidaturas laranja? Eu sou a favor da reserva de um percentual mínimo de vagas nos parlamentos para as mulheres, pois somente assim começaremos a equilibrar de fato a balança”, explicou a deputada.
Janaina falou também da importância da representatividade feminina na defesa de pautas que vão ao encontro de políticas públicas que melhoram situações, como a saúde, educação e bem-estar infantil.
“Essa semana por exemplo eu fiz uma denúncia à comissão de Saúde da Assembleia e ao Ministério Público sobre a violência obstétrica nos hospitais de Mato Grosso com as dezenas de relatos que chegaram por meio de minhas redes sociais depois que publiquei o caso acontecido no hospital regional de Sorriso. São pautas que sensibilizam mais a nós, mulheres, porque qualquer uma está sujeita a passar por isso. É a mulher que mais sente quando a saúde pública não vai bem por que é geralmente ela que está na fila do posto de saúde com o filho à espera de atendimento. É assim também com a educação, com os preços dos alimentos e com ou a segurança. Dói em nós primeiro, por isso a importância da representatividade”, finalizou.