"Fácil é pregar moralidade, difícil é colocá-la em prática", rebate deputada ao afirmar que líder do governo não foi transparente em sua gestão

Uma defesa da deputada estadual Janaina Riva (PSD) com relação ao Plano de Cargos Carreiras e Salário dos servidores do Poder Legislativo e a crítica à submissão/enfraquecimento da Casa de Leis diante do governador Pedro Taques na noite desta quarta-feira (04.11) acabou gerando discussão acalorada entre a parlamentar e colega líder do governo, Wilson Santos. Para Janaína, o deputado prega um discurso de moralidade que não praticou frente à Prefeitura de Cuiabá, tanto é que saiu da administração com a imagem desgastada e respondendo à processos como o do Rodoanel.

Toda a celeuma começou porque Janaina defende que os servidores de carreira do Poder Legislativo detenham semelhantes direitos que os do Ministério Público e do Poder Judiciário. E disse a Casa tem 'aberto as pernas' para tudo que é do governo do estado, do Judiciário e do MPE, enquanto não faz o dever de casa com os próprios servidores. Wilson, que essa semana anunciou que irá apresentar uma PEC para diminuir os repasses à Assembleia Legislativa, quis desconstruir a fala da parlamentar  sobre enfraquecimento e submissão em cima de um discurso anticorrupção e dos sucessivos escândalos pela qual a Assembleia tem passado ao longo dos anos, boa parte deles em que o pai da parlamentar esteve à frente do parlamento.

“Eu ouvi atentamente o discurso do meu colega Wilson Santos e reforço que falar de transparência de governo é fácil, mas o próprio Wilson Santos teve dificuldade à frente da Prefeitura de Cuiabá e saiu com um desgaste enorme da mesma forma que aconteceu aqui dentro desta Casa Leis. É fácil de se falar em corrupção, mas ele esquece também que da mesma forma é acusado pela população. É fácil atirar pedra, difícil é ser vidraça. Tem muita gente que está dentro dessa Casa apontando dedo para os outros e esquece que não é político de agora não, é político faz tempo já e se tinha essa opinião deveria tê-la praticado. Eu sou nova na vida pública tenho um grande defeito sou curta, grossa e direta. Eu não gosto de demagogia e nem de conversa fiada”, disparou.

Janaina ainda continuou reforçando sua defesa. “Então senhor presidente, eu estou defendendo não mais dinheiro no bolso de deputado não, eu estou fazendo a defesa dos direitos dos servidores de carreira dessa Casa como têm direito os outros Poderes. Eu não vim aqui comprar briga com o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, mas quero sentar em uma mesa com eles de igual para igual. Nossos servidores não são menos que os deles. É por isso que eu luto tanto pela emenda e pelo orçamento impositivo. Quero chegar na minha cidade e poder destinar R$ 2 milhões em emendas para o hospital municipal e não depender do governo”, complementou.

A parlamentar lembrou que pertence a uma nova geração de políticos e que não vai ficar fazendo discurso demagogo para enganar ninguém por que isso faz parte de velhas práticas que ela abomina.

“Então a transparência é muito fácil de vender, mas é difícil de praticar. O governo diz que está com 75% de aprovação, mas eu não sei de onde é esse dado, sei que a violência aumentou 101% e esse dado está no jornal. É fácil sim fazer discurso em cima de prisão, em cima do passado. Eu gostaria de ser governadora num momento como este agora em que as desculpas são sempre que não dá para fazer porque o Silval desgraçou com tudo e o governo está acabado, ou que Riva roubou lá na Assembleia, ou que não dá pra fazer em Cuiabá porquê o Mauro Mendes está tendo dificuldades por que o Wilson Santos acabou com Cidade. Não é assim senhor deputado. Eu acho inadmissível o senhor diminuir esse parlamento. Eu sou da nova geração de políticos e quero dizer que não vou ficar fazendo discursinhos aqui pra enganar ninguém. Eu quero um parlamento forte e foi por isso que disputei a eleição para deputada. Se eu quisesse desvalorizar a Assembleia eu disputava pra ser governadora ou prefeita. Se for pra tratar a Assembleia do jeito que o Pedro Taques está tratando pode fechar as portas”, finalizou. 

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